Antonio Poteiro é uma força da terra, energia da natureza alimentada na herança do sincretismo; vigorosa manifestação da cultura popular..." - trecho da crítica de Júlio Pomar
Antonio Batista de Sousa nasceu em 10 de outubro de 1925, na Aldeia de Santa Cristina da Pousa, Braga (Portugal). Em 1926, migrou com a família para São Paulo. Ainda jovem, viveu em Araguari e Uberlândia (MG), onde iniciou sua carreira produzindo cerâmicas utilitárias. Após a falência de duas fábricas de cerâmica, passou cerca de um ano e meio entre comunidades indígenas na Ilha do Bananal (GO).
Em 1957, recebeu o apelido "Antônio Poteiro" da folclorista Regina Lacerda, nome com o qual assinaria suas peças. A partir de 1972, estimulado pelos artistas Siron Franco e Cleber Gouvêa, passou a explorar a pintura e colorir suas criações cerâmicas.
Em 1976, fez sua primeira exposição combinada de cerâmica e pintura na Fundação de Arte de Ouro Preto (MG). Em 1978, lecionou cerâmica no Sesc-Tijuca (Rio de Janeiro) e, nos anos seguintes, participou como professor em feiras internacionais na Alemanha (Hannover e Düsseldorf). Estreou em mostras importantes como a Bienal de São Paulo (participou da 16ª, em 1981, e posteriormente da 21ª).
Recebeu diversos prêmios e honrarias: Prêmio APCA de escultura (1985), comenda Oficialato da Ordem do Mérito de Portugal (1987), Ordem do Mérito Cultural do Brasil (1997), Medalha Gustavo Ritter (1999), entre outros.
Sua produção exibe profusão de figuras, ornamentos e temas folclóricos ou religiosos, com forte vínculo com a cultura popular do Centro-Oeste brasileiro. Foi retratado em documentários como Antônio Poteiro: o profeta do barro e das cores (1983) e outro de 1991 dirigido por Ronaldo Duque. Faleceu em Goiânia em 8 de junho de 2010.
